sexta-feira, 22 de julho de 2016

Eu vim te trazer o sol ♫

A gente não quer nem pensar em sol mais do que já se pensa involuntariamente nesse calor escaldante do Cariri, ainda mais num pleno e típico dia de romaria em Juazeiro, onde descer a rua São Pedro até o fim, com paciência, poderia muito bem ser um teste de resistência física e mental, certo? Certo. Mas só até que se conheça o som da Projeto Rivera. Aí a gente vai querer ver "sol e lua dançando no céu e ser dia quando anoitecer". E vai querer muito!

Vira e mexe acontece de se descobrir uma música nova, pesquisar a banda, baixar o disco e esquecer de escutá-lo. Uma música num novo comercial de carro ou de shampoo. Uma música que um amigo que não se vê há tempos estava ouvindo no fone de ouvido e, no abraço do encontro, se ouve e pergunta sobre. Uma música na rádio Pe. Cícero que supera o movimento e a quintura de uma tarde na bendita rua São Pedro e que nos assalta os sentidos e a gente dá graças aos céus por ter pego aquele panfleto lá atrás pra usar, agora, pra anotar um trechinho pra pesquisar quando chegar em casa. Pesquisar, ouvir, curtir, baixar o disco. Mas nesse meio tempo o corpo esfria e a gente esquece. Pelo menos gente avuada como eu. Mas, das vantagens de ser assim, a surpresa é a maior. Muita coisa, quase sempre, soa e dança como nova, e aí a sensação é outra, o afetamento é novo e a emoção fica ainda maior. E isso me aconteceu com R I V E R A.

da esquerda pra direita: Matheus Brasil. Oziel Albuquerque, Victor Caliope, Flávio Nascimento, Bruno Silveira e Gabriel Fontenele / foto da fanpage da banda

Não lembro como conheci a banda, mas é bem provável que tenha sido em alguma das tantas aventuras pelas ruas da capital cearense. Só sei que quando vi o cartaz do Rock Cordel achei o nome familiar e fui correndo na minha pasta de músicas e lá estava, sabe-se lá desde quando, o "Eu vim te trazer o sol". Ouvi, me deliciei e fiquei logo eufórica. Já sabia que faria questão de ir ao show deles e já chamei uma amiga que, no dia, acabou não podendo. Quase desisto. Sei tanto do que pode ser bonito e tenho pensando muito sobre aprender e gostar de ficar sozinha, mas não gosto e nem acho que vai acontecer um dia. De qualquer forma, tenho tentado aproveitar as oportunidades que me aparecem de ser minha própria companhia. E essa foi uma e ainda bem que não desisti de ir. Encontrei pessoas que não via há tempos, abracei os abraços e saltei serelepe o que achei que deveria. Falei com pessoas (várias! e foi assustadoramente legal.) que nunca tinha visto na vida. Umas estranharam, outras entranharam. Fico com o segundo grupo. Ainda bem, mesmo, que não desisti de ir.

O show é de uma beleza singular. O som leva nosso corpo do rock ao maracatu e nos bagunça. As letras são quase o tempo inteiro bons desejos de leveza, simplicidade e verdade. Uma mistura que a gente precisa pra seguir acreditando na inspiração da música, da arte nessa vida que a gente acaba carregando como peso nos ombros, quando deveria ser uma caminhada camarada, lado-a-lado. As energias dos meninos se entrelaçam no palco e como numa grande rede embalam o público num aconchego e alegria enormes. Gritei e pulei aos montes (n)as músicas que eu já sabia de cor e, confesso, até chorei. É difícil controlar a emoção num show em que nenhum físico linguarudo conseguiria lidar com tanta energia que emanava e multiplicava e contagiava e... Mas boa parte do show, mesmo saltitante e inquieta, observei muito - sorrindo, sorrindo tanto até que as bochechas ficaram doendo -  os meninos no palco: os trejeitos de cada um, a conexão com os outros, a cumplicidade. Foi tudo muito bonito de ver e de sentir. Quero mais, quero de novo, quero muito. O mundo todo deveria ir a um show da Rivera pra, no mínimo, recarregar as energias pra continuar.

19.07 / depois do show no Centro Cultural Banco do Nordeste / foto: Gabriel Bessa @bessafotografia

Depois do show a galera ficou na frente do CCBNB pra trocar palavras, abraços e flash's com os meninos da banda e, pela primeira vez na vida, não me vi tietando. Mas explico: meus dois joelhos ficaram doendo muito com os pulos durante o show, então fiquei dando um tempo por ali de boa. Mas, claro, tiete que é tiete de coração, segura a dor dum joelho tremendo e pede abraço. Abraço sempre! E depois do abraço e do beijo na mão de brinde, acabei trazendo pra casa o CD deles e, porra!, tinha como ficar mais encantada, sim, por esse povo lindo. O arte do disco é um trabalho manual, cheio de detalhes e criatividade. Cada pedacinho que a gente desdobra, vê, lê, deixa a gente mais encantado e ainda mais admirado por um lance alicerçado no companheirismo, criatividade, arte e, claramente, muita paixão. Não sei se eu tô sentindo a coisa certa, o esperado. Não sei se é possível que haja algo certo e determinado a se sentir vivendo esse show e acompanhando esse trabalho. Mas senti e senti muito e quero sentir mais. Aí se a pessoa corre lá no youtube e vê os vídeos dos caras: pronto!; vê que cabe meio mundo de mundo dentro da gente e dessa gente criadora de coisa boa!

Fui fazer algumas fotos do disco pro post e acabei me empolgando um pouco. Foi difícil escolher só essas. Amei as cores, os traços, o céu, o três... 










Foi lindo! Tudo muito lindo e encantador!
As músicas, os detalhes e as cores recarregaram minhas energias. Os abraços me colocaram no eixo (o meu, torto) e me deixaram de pé. Uma dorzinha no joelho até dois dias depois, é fato, mas o que seria de nós sem essas dores diante dos motivos que nos trazem fé, afinal?! Recomendo, de coração, a banda e a espera pelos abraços depois do show.

Eu - dizem - que sei tanto sobre abraços, aprendi com Victor naquela noite, entre algumas tentativas de usar palavras inteiras pra agradecer, mais uma possibilidade de sentir: "Abraço bom é esse que acaba com um (suspirou forte e profundo)... A gente sente..."



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